Como o tempo passa...

Eh, uh... já se passaram mais de dois anos?


Oops. Perdi completamente o rasto ás coisas. Bem, vamos lá escrever um textozito. De que é que hei de falar? TVI? Parece-me bem, só espero que não estejam a comer. Falar de certos e determinados programas tira a fome a qualquer um.
Ora... Big Brother. Outra vez. Pergunto-me se o público português tem um fetiche voyeur. Ai não, espera, é só a tendência para a coscuvilhice. Vamos ver gente a comportar-se como se fossem idiotas! Vamos ver a mocinha que só diz asneiras por aquela boca fora, pobre coitada, sabendo que provavelmente vai passar lá para fora e vamos todos ser postos no saco dos 'Portugueses que não sabem a ponta de um corno'.

Não tenho nada contra os concorrentes, a sério. O meu problema é com a estação de televisão, que transmite programas como aqueles. E com os telespectadores, por verem aquela porcaria e aplaudirem, enquanto programas mais interessantes, transmitidos noutras estações, ficam ás moscas. Note-se que eu só tenho os quatro canais, não tenho TV Cabo, e não vivo sozinho, pelo que me tenho de sujeitar ao triste espetáculo.

Eu nem me refiro àqueles programas mais eruditos, porque os telespectadores podem não estar interessados naqueles temas. Cada um tem os seus gostos, e discutir um autor cujos livros estão envolvidos com algo como o pensamento Kantiano ou as questões da ética na medicina pode não atrair toda a gente. Não vou discutir isso.

Talvez as pessoas se queiram distrair da crise. Talvez queiram esquecer por uns momentos que estão numa situação de desemprego prolongado, sem outras perspectivas à vista. Talvez sejam recém-licenciados que se vejam sem porra nenhuma disponível.

Mas a sério, não têm outras alternativas para além daquela porcaria?

"Valete, Fratres" - Fernando Pessoa

Os Deolindos, a caça ao tarrote, e PORQUE É QUE RAIO É QUE SÓ OLHAM PARA O QUE LHES CONVÉM?

Estou... indignado? Aborrecido? F... errr... oh, que se dane a censura, Fodido da vida? Resignado?

Mais um dia, e vejo mais gente a dar o proverbial tiro no pássaro. Falo, obviamente, dos comentários aos protestos gerados pela canção dos Deolinda. Parece que mal começamos a tentar bater as asas, anda sempre alguém com a espingarda a postos para abater mais uns tarrotes. Ainda ontem o Miguel de Sousa Tavares rotulou os Deolindos de demagogos.

What The Hell, Senhor Tavares?  Considerando que um demagogo diz aquilo que as pessoas querem ouvir, até podia concordar consigo, mas aqui não se procura o ganho pessoal, ou pelo menos esse ganho não vai para um grupo restrito de pessoas! Se a juventude, a "geração quinhentos euros", como muitos dizem aderiram em massa, foi porque se reconheceram na canção e aproveitaram a oportunidade do dia 12 para dizer que "Não, não estamos contentes com esta situação!"

O que nos leva a outro ponto que se levanta, e que está muito relacionado com esse dever cívico que é votar. É verdade que muitos jovens se desinteressam pela política e não cumprem o dever cívico que é votar (admito que sou um deles, tenho preguiça de andar 2 ou 3 quilómetros num dia de chuva, de manhã, para ir votar. É uma das coisas que está na minha lista de "Mudar com urgência ou tás lixadinho da vida, porra!") mas por outro lado, a abstenção não pode corresponder a todos os jovens. Dizem que os jovens não cumprem o seu dever cívico e fazem barulho, mas também há aqueles que muito barulho fazem, já não são propriamente jovens e nem por isso vão votar. O seu a seu dono, e vamos lá por os pontos nos ii e os traços nos tt. Não somos só nós e por isso isto tem de ser mais que simples preguiça. A desilusão não nos pertence só a nós.

Mas já estou a divagar, por isso vou resumir o meu parágrafo anterior em poucas palavras: Vê-se claramente que há algo que faz com que as pessoas se desinteressem da política. O que será? (pergunta retórica, eu sei....)

O ponto a que eu quero chegar agora, e por isso disse mais acima que andam a tentar abater os tarrotes que batem demasiado as asas, é que parece que em Portugal dá-se mais valor à fama sem sentido, ás revistas cor-de-rosa e aos programas onde as pessoas conseguem os seus 15 meses de fama só por participarem (sem ofensa aos participantes, eles só aproveitaram a oportunidade para apanhar o comboio). Portugal tem a sua quota de pessoas com capacidade de inovação, capaz de fazer algo "cá dentro". Pouco se fala delas. No entanto, se alguém vai para um show qualquer cujo princípio é de qualidade medíocre, faz-se logo um vendaval mediático à volta delas, sobre o que fez, o que vai fazer, quando vai fazer e porque é que vai fazer. Haja paciência.

Será muito pedir que se ouçam os mais jovens (desde que as suas ideias tenham pés e cabeça), e se estimule o pensamento crítico e a inovação, para além de se sublinhar a importância de ser activo no que diz respeito aos deveres que vêm com a cidadania (e estimular as pessoas a cumprirem esses deveres, mostrar-lhes que VALE A PENA irem votar)?

Será muito pedir que os jovens licenciados possam ter um primeiro emprego onde ganhem uma quantia razoável (acima dos quinhentos euros, pelo menos), e possam gozar de alguma estabilidade, até que possam concluir que reúnam as condições para considerar o tão reclamado factor "mobilidade"?

E já que falamos em ordenados, que tal incentivar as pessoas a poupar e talvez dar-lhes oportunidade para poupar (salários maiores, principalmente para os colaboradores que não têm as qualificações de um licenciado, mas têm de sustentar uma família com um valor de um ou dois salários mínimos)? É que, sejamos sinceros, com todas as despesas e mais algumas, muita boa gente por aí tem de esticar até os elásticos das cuecas para chegar ao fim e ter algum dinheiro no bolso, mesmo cortando em tudo e mais alguma coisa que não faça parte das necessidade básicas.

Podia continuar por aqui fora, mas... estou com preguiça... ou então quero esperar até ouvir algo que me irrite e venha para aqui descarregar um dos meus textos de "gajo que não faz nada da vida e anda a pensar o que será dele quando acabar o curso".

Até mais, gentes!

Apresentação Aleatória

No meu primeiro post venho falar-vos de algo muito interessante: o cultivo da minhoca alada na Suécia! Como sabem, as minhocas aladas são um anelídeo muito raro, principalmente porque voam directamente para os bicos dos pássaros.

Ok, já chega de disparates. Quero hoje falar do circo que os media parecem exibir todos os dias, principalmente em altura de eleições. Por um lado, e como eles reclamam, as pessoas têm o direito à informação. Não discuto isso, muito pelo contrário, acho que o direito à informação é essencial. Mas por outro lado…

Os últimos meses têm sido marcados por dois grandes eventos: a crise (duh) e as Presidenciais e o atirar incessante de dejectos entre os candidatos. A sério, dou por mim a pensar que estou a ver um daqueles programas tipo National Geographic: é político tenta comer político!

A parte lixada é… eles é que nos comem a nós… por parvos! E nós gostamos, agitamos as bandeiras da nossa cor partidária atrás da velha guarda do costume e quando as eleições acabam voltamos a lamuriar-nos. E quando acabarem as presidenciais, e como não temos campeonato de futebol este ano, as notícias vão revolver todas À volta da crise, e o que este disse, e o que é que o Governo fez para nos f… errr… para conter o défice enquanto faz mais leilões de dívida pública…

Por falar em dívida pública… e os juros? Como é que vamos pagar tanto juro ao longo dos anos? Tudo bem que é preciso dinheiro AGORA, mas será que estamos a remendar o pano e a abrir outro rasgo mais à frente? De uma certa forma, faço uma analogia entre o que o Estado está a fazer agora e o que aconteceu a muitas famílias durante os anos 90: arranjaram empréstimos atrás de empréstimos, e se for preciso arranjaram mais um empréstimo para pagar as prestações dos anteriores, e no fim acabam na falência.

Bem… já fiquei deprimido de andar a falar em coisas tristes. Mantenham-se atentos ao próximo post: Literatura de casa de banho pública! Aqui, nos quintos do… errr… no blog deste vosso candidato a blogger.